Como criar uma família feliz
Em tempos li o livro do Dr. Phil McGraw “A Família em Primeiro Lugar” (que recomendo vivamente). Para mim é sem dúvida um dos melhores livros sobre o tema, pelo que não poderia deixar aqui algumas ideias sobre como criar uma família feliz.
Nas próprias palavras do autor “uma família feliz (…) é uma família saudável, na qual o bem-estar de cada pessoa é fomentado e protegido, em benefício de toda a família”.
Uma das formas de criar uma família feliz é criar um sistema familiar baseado no incentivo, no acolhimento e na aceitação. Como fazê-lo? Siga as dicas do Dr. Phil:
1 – Confira à sua família o estatuto de projecto – Isto significa que tem de trabalhar activamente, todos os dias, para melhorar a sua situação familiar, o que pode implicar:
a) recalendarizar ou adiar trabalho ou negócios para ter mais tempo para a família, pois o dinheiro não pode ser sempre o mais importante;
b) mudar a sua rotina habitual para poder passar mais tempo com os seus filhos, o que pode incluir ler-lhes uma história, ter um passatempo comum ou dedicar uma noite por semana para verem um filme em família;
c) ajudar os seus filhos a definirem e atingirem objectivos quer sejam estudar para obter bolsas de estudo, poupar dinheiro para comprar algo que desejam muito, treinar para participar num concurso, etc.;
d) decidir trabalhar na sua vida familiar não apenas uma semana, mas para toda a vida.
2 – Comprometa-se a descobrir e a revelar a autenticidade de cada um dos membros da família – Trata-se de descobrir e trazer à superfície os talentos e interesses com que o seu filho nasceu, o que pode implicar:
a) proporcionar diferentes experiências aos seus filhos (ao nível da música, arte, literatura, teatro, culinária, ciência, história, liderança, viagens, desporto, etc.), para que estes possam descobrir onde reside o seu interesse e onde é que revelam um jeito natural;
b) começar a reconhecer e a observar talentos específicos ou um traço particular de inteligência nos seus filhos e inspirá-los a desenvolverem-no. Por exemplo se o seu filho gosta muito de futebol e anda constantemente aos pontapés a uma bola, inscreva-o em aulas deste desporto;
c) respeitar e encorajar a singularidade do seu filho, o que significa que mesmo que odeie culinária, deverá incentivá-lo, se ele tiver um talento nesta área;
d) elogiar os seus filhos quando fizerem coisas bem feitas, o que irá encorajá-los a repetirem esse comportamento positivo;
e) procurar as melhores intenções dos seus filhos, ou seja, antes de repreendê-los, parta do princípio que tinham boas intenções. Por exemplo, se uma criança pequena pintou uma parede com lápis de cor, nem sequer tem consciência do mal que fez. Ofereça-lhe um caderno de desenho e explique-lhe que só ali pode desenhar, pedindo inclusive que lhe desenhe alguma coisa;
f) nunca sobrecarregar o tempo do seu filho com demasiadas actividades, para que este não ganhe aversão justo às actividades para as quais tem talento.
3 – Crie uma sensação de segurança e paz no lar – Com isto pretende-se que assim que os seus filhos entram em casa, a sintam como um porto seguro, em que não têm de se precaver contra quaisquer perigos, o que pode implicar:
a) manter a privacidade nas discussões com o seu parceiro, comprometendo-se a si e ao seu parceiro a não gritarem ou fazerem ataques pessoais um ao outro, em frente dos filhos;
b) parar de ser justiceiro, discutindo sem parar sobre quem tem e quem não tem razão;
c) controlar a sua raiva e sobretudo não descarregar nos seus filhos;
d) se conseguir ter uma discussão honesta (sem gritos e ataques pessoais), deixar os seus filhos presenciarem a resolução do problema, de modo a que estes percebam que as pessoas que se amam podem discordar, sem colocar a união da família em risco;
e) eliminar padrões de ofensas verbais, pois quando grita ou envergonha o seu filho, está a deixar nele uma marca permanente;
f) apoiarem-se mutuamente em cada dia, dando comentários de incentivo uns aos outros, pelo menos uma vez por dia;
g) lidar directamente com o comportamento destrutivo, indicando claramente que esse comportamento é inaceitável, mas estimulando-o a agir da melhor maneira, incentivando as suas qualidades e o bom carácter (ou seja, criticar o comportamento, mas não a pessoa).
4 – Respeite e reconheça abertamente as funções e os contributos de cada membro da família – Isto significa que todos devem sentir e saber qual o seu contributo/objectivo para a família, o que pode implicar:
a) ser uma clara figura de autoridade, pois o progenitor não é realmente o «amigo» que está ao mesmo nível das crianças, deverá ser sim o amigo, mas que indica as fronteiras do comportamento aceitável;
b) tomar decisões pela sua família, ou seja, apesar de ter em conta a opinião dos filhos, é sempre a si que cabe a decisão final;
c) nunca brincar aos preferidos, pois se as crianças sentem favoritismo por outro filho, ficarão com marcas negativas na sua auto-estima.